Características e usos tradicionais

Eucalipto

De odor muito activo, o Eucalipto é largamente utilizado em inúmeras preparações, uma vez que possui uma essência constituída por vários componentes entre os quais se distingue o eucalipto que é um dos mais energéticos. Nas preparações utilizam-se as suas folhas adultas, pois possui varias propriedades, tais como, anti-sépticas, estimulantes, febrífugas, (medicamento para a febre), balsâmico (aromático) e expectorantes. É utilizado para tratar bronquites, constipações, febres, inflamações e dores de dentes.

Utilidades: Costuma-se fazer chá para tratar estas patologias, embora também se faça a inalação dos vapores para desobstrução das vias respiratórias. As folhas de eucalipto servem para tratar bronquites, constipações, febres, inflamações e dores de dentes. As cápsulas do eucalipto são utilizadas como repelente dos insectos.

A silva é bastante conhecida pelos seus frutos aromáticos, muito saborosos e ricos em vitamina C. Possui uma acção anti-diabética, depurativa, diurética e tonificante.
As suas folhas, quando jovens, são indicadas para fazer chá, que é utilizado para combater inflamações internas e diarreias. Com os aromas, podem-se confeccionar compotas: doces, ou simplesmente para se fazer licor.

As suas propriedades destacam-se adstringentes, antiescorbáticos e diuréticas . É indicada para aliviar as dores reumáticas, friccionando no corpo uma preparação realizada a partir das bagas.

Planta diurética e depurativa. As flores da carqueja são indicadas para constipações, dores de estômago, má disposição e ainda para baixar o nível de colesterol no sangue.
Na culinária, as flores da carqueja são também utilizadas para os guisados, e também para mascarar o sabor de infusões de outras plantas, ficando os chás com o sabor mais agradável.

As suas folhas e flores possuem uma essência muito importante que atribui à alfazema propriedades como insecticida, anti-séptica, anti-reumática, digestiva e diurética.
O chá de Alfazema é recomendado em caso de vómitos, diarreia e febre. O óleo desta planta é utilizado para dores no corpo, para dores reumáticas ou simplesmente cansaço.
Tradicionalmente, são feitas rocas de alfazema para repelir traças e perfumes.

Planta aromática que liberta um odor agradável a limão. A sua essência pode provocar um abrandamento da pulsação.
Possui propriedades carminativas (medicamento que se aplica contra as doenças da boca), coleréticas (medicamentos que facilita o esvaziamento da vesícula biliar) e antiespamódicas (diminui ou combate os espasmos).
É indicada para dores fortes de estômago, sensações de enfartamento, indigestão, náuseas ou vómitos, serve ainda para acalmar, descontrair os músculos e regular a actividade nervosa.

Possui um odor intenso e um sabor picante. Possui propriedades anti-sépticas, digestiva e carminativas. O seu chá é indicado em caso de indisposição, náuseas ou dores de estômago.
Esta planta é também utilizada para a elaboração de licores e serve para curar más disposições e tosse.
Na culinária, é utilizado um ramo de hortelã para dar mais sabor ao arroz doce.
O chá deste tipo de hortelã é utilizado para desparasitar as crianças quando têm lombrigas.
Por vezes, é utilizado um ramo de hortelã para a açorda na canja, no arroz ou para temperar na carne de cabrito.

Planta muito aromática, com características tonificantes, estimulantes e anti-sépticas.
As suas folhas e flores são utilizadas na preparação de chá, que é recomendado para baixar o colesterol no sangue, aliviar as constipações, para as dores menstruais e para dores reumáticas.
Na culinária, utiliza-se, por vezes, um raminho seco para temperar as carnes.

O Medronheiro constitui uma fonte de néctar para as abelhas durante o período do Inverno e possui frutos,considerados diuréticos, são bastante utilizados para fazer aguardente de Medronho. Para além de diuréticas, as bagas e as folhas são também adstringentes, depurativas e anti-inflamatórias.
Indicado para problemas de fígado e de rins.

Planta muito rica em ferro, iodo e vitaminas A,C e E.
Tem um grande valor medicinal, é considerada como um excelente estimulante, depurativo e antiescorbútico (uma coisa boa).
É utilizada na culinária para fazer saladas e sopas e, serve também para fazer chá ou xarope, para fins terapêuticos, aliviar a tosse.

A casca e as sementes do freixo são adstringentes e febrífugas. As suas sementes possuem um azeite comestível muito semelhante ao do girassol. Para além destas propriedades, o freixo também é laxativo e sudorífico. Muito utilizado para resolver problemas de gota (ácido úrico) e para emagrecer.
As suas folhas são muito utilizadas para baixar a nível de ácido úrico no sangue.

Segundo as crenças populares, esta planta é conhecida por curar sete doenças, as quais dizem respeito ao coração, fígado, sangue, intestinos e bexiga. Costuma-se utilizar toda a planta depois de seca para fazer chá.

A avenca é considerada como béquica e expectorante. O caule e as folhas, depois de secos, podem utilizar-se na preparação de chá, que serve para acalmar a tosse e as constipações. Coloca-se 20 g por 1litro de água. Após a água começar a ferver, deixa-se repousar alguns minutos. Por vezes, também se costuma macerar algumas ramas com azeite fazendo uma pasta para aplicar massajando sobre o couro cabeludo, para combater a queda de cabelo.

As suas bagas são usadas para fazer licores devido às suas virtudes diuréticas e aperitivas. O zimbro é também conhecido como depurativo e carminativo. Para a preparação do licor de zimbro utilizam-se os seus frutos maduros, de cor escura, nunca ainda verdes pois, caso contrário, irão transmitir um sabor a resina ao licor. Colocam-se cerca de 20 gabas numa garrafa de vidro de 1 litro e perfaz-se o resto com aguardente, deixando repousar, no mínimo, durante um mês. Este licor é utilizado para as dores de estômago muito fortes, como as cólicas, recomendando-se um pequeno cálice para acalmar as dores.

Possui propriedades diuréticas e anti-inflamatórias. O caule, as folhas e as flores podem ser utilizados para resolver problemas da vesícula, nomeadamente inflamações dolorosas. Colocam-se cerca de 30 g da planta fresca ou seca num litro de água a ferver, deixa-se repousar 10 minutos e toma-se o chá 3 vezes ao dia antes das refeições. Também está indicada para tratar hemorróides, através de banhos, em cuja água é colocada a parte aérea da planta.

Planta de sabor amargo, algo ácido, que apresenta propriedades adstringentes, anti-anémicas e depurativas, entre outras. As suas folhas são utilizadas para fazer saladas ou sopa, no genero do caule de verde, ou ainda para se comeres simples. As folhas devem colher-se antes da floração, escolhendo-se preferencialmente exemplares que estejam em locais de sombra, dado que a excessiva captação de luz solar possuem um sabor mais ácido e amargoso. Na preparação da sopa utilizam-se cerca de 7 folhas médias, que depois se migam tal como as couves. É também utilizada para acalmar a tosse e a diarreia, aplicando-se 20 g de da sua flor por 1 litro de água a ferver.

A Saponária é uma planta rústica de odor agradável. Esta, outrora muito requisitada pelo seu risoma, era utilizada pelas lavadeiras, muito antes de se conhecer o sabão, para lavar as lãs. Possui propriedades diuréticas, depurativas e tonificantes. É recomendada para combater problemas de acne, conferindo ao mesmo tempo beleza à pele. Para o efeito, utilizam-se 100 g das suas raízes secas por litro de água, deixando infundir durante 10 minutos. Após repousar aplica-se directamente sobre a pele, com um pedaço de algodão embebido na água da infusão, evitando as feridas abertas. Este procedimento deve realizar-se 2 vezes por dia.

A Celidónia é desaconselhada para uso interno pois contém algumas substâncias tóxicas. É também designada como erva-das-verrugas, devido a ser utilizada para retirar, com sucesso, as verrugas, calos e outras excrescências. Esta planta possui no interior do seu caule um látex alaranjado cáustico, que pode ser aplicado directamente nas verrugas ou nos calos, que acabam por desaparecer. O suco deve ser aplicado 2 ou 3 vezes ao dia, esfregando-o na pele. Devido à sua acção corrosiva, é importante que se tenha cuidado na aplicação no seu uso externo, ou proteger a pele sã que rodeia a verruga ou o calo. O suco é também utilizado para tratar problemas na vista, no caso das névoas dos animais, colocando-se directamente 3 gotas em cada olho, 2 ou 3 vezes ao dia. Como o suco ataca a epiderme, recomenda-se o uso de luvas na colheita destas plantas

Planta conhecida por várias propriedades, entre as quais hemostáticas e adstringentes, tendendo a ter uma acção anti-hemorrágica e a diminuir as secrecções das mucosas. É muito aplicada em lavagens, de entre as quais os banhos de pele, quando se sofre de acne. Para tal pode utilizar-se toda a parte aérea da planta, depois de seca, deitando 20g por litro de água quando está em ebulição e deixando amornar, para que de seguida se possa lavar a cara. Estas lavagens estão também indicadas para outras partes do corpo onde existam feridas superficiais ou arranhões, já que esta actua como vasoconstritora.

São-lhe reconhecidas propriedades detersivas, emolientes resolutivas. É indicada essencialmente para o uso externo, utilizando-se para a lavagem de feridas, ajudando na sua cicatrização. É também aplicada em queimaduras. Para as feridas, colocam-se 15 g das suas folhas por litro de água fervente, usando a água para as lavagens. No caso de queimaduras, e também para as feridas, podem colocar-se algumas folhas esmagadas por cima da zona afectada, fazendo um cataplasma.

As suas flores possuem um odor agradável, contudo o sabor desta planta é algo amargoso. Possui vitaminas C e é considerada como adstringente, colagoga e diurética. É recomendada para a pedra nos rins já que auxilia a eliminação de substâncias nocivas ao organismo. Na preparação do chá pode utilizar-se toda a planta fresca, desde a raiz à parte aérea, colocando 30 g por litro de água a ferver. O chá toma-se 3 vezes ao dia antes das refeições. Este tratamento deve ser feito 21 dias seguidos, independentemente de a pessoa se encontrar melhor.

O contrelo possui, entre outras, propriedades adstringentes, carminativas, diuréticas e cicatrizantes. As partes mais utilizadas na preparação de chá são o caule e as folhas, depois de secos. É habitualmente indicado para combater a tosse e as gripes em geral, utilizando-se 20 g por litro de água. Também se aplica, usando a água da infusão, em lavagens de feridas externas, como é o caso das "pustelas" no couro cabeludo, feitas pelos piolhos e outros parasitas.

A giesta contém, em especial nos ramos, vários alcalóides e aminas estimulantes do sistema nervoso. As suas flores brancas possuem propriedades diuréticas. Em casos da diabetes, é hábito utilizar apenas as suas flores, depois de secas, na preparação de chá, na proporção de 30g num litro de água a ferver. Por vezes, cortam-se algumas ramas desta planta e atam-se fazendo vassouras para limpar os terraços.

A erva-de-são-roberto, segundo algumas suposições, deve o seu nome em homenagem ao Bispo S. Roberto que teria descoberto as suas propriedades hemostáticas. Denomina-se também de bico-de-grou, devido à semelhança entre o seu fruto e um bico de grou. A parte aérea da planta tem um sabor amargo devido a uma substância denominada geranina. É conhecida pelas suas propriedades adstringentes, hemostáticas e vulnerárias. Utiliza-se em caso de dores no estômago e diarreias, adicionando a 1 litro de água a ferver 30g da parte aérea da planta previamente seca. Como uso externo é utilizada para lavagens de eczemas, caspa, e outros problemas da pele.

Possuí um odor desagradável, intenso e persistente. É uma planta associada a crenças religiosas e diz-se que é a planta das bruxas. É usada em rituais para tirar o mal de inveja e proteger do mau olhado. Para tal, coloca-se a erva sobre as brasas e com azeite proferem-se algumas rezas, fazendo o sinal da cruz. A parte aérea da arruda é considerada tóxica, a ingestão do caule e folhas pode provocar diarreias, hemorragias internas e até mesmo aborto quando em doses elevadas.

A malva foi desde muito cedo apreciada, sendo inclusivé denominada omnimorbia, isto é, remédio para todos os males. Os seus componentes conferem-lhe algumas propriedades medicinais como calmante, emoliente e laxativa. Emprega-se sobretudo no uso externo para ajudar a combater infecções e irritações superficiais da pele, entre outras. Costumam-se aplicar 40g de folhas e flores por litro de água, em lavagens de feridas externas ou dos olhos quando estes estão vermelhos e irritados. Estas lavagens também são indicadas para casos de quedas que provoquem o inchaço das mãos ou dos pés. Ainda para a dor de dentes pode igualmente recorrer-se a esta "receita", todavia a água apenas serve para bochechar, não se devendo engolir visto que faz mal à bexiga.

Da Tília usam-se essencialmente as flores brácteas aromáticas. Estas possuem determinados compostos fenólicos que lhes conferem propriedades importantes como anti-espamódicas, coleréticas, sedativas e sudoríferas. Recomendada para acalmar os nervos, a agitação e a irritabilidaade, para dores de estômago, diarreias e ainda para as febres como as que por vezes acompanham as constipações. As suas flores são utilizadas secas, para a preparação de chá, na proporção de 20g para um litro de água.

O Hipericão, planta muito vistosa de floração amarela dourada, é por vezes também designado Milfurada, uma vez que as suas folhas estão salpicadas de glândulas que se assemelham a pequenos orificios. Devido à sua acção diurética e anti-séptica, é recomendado para inflamações dolorosas da bexiga e do fígado. Pode utilizar-se o caule, a folha e a flor, colocando 20 g para 1 litro de água fervente e bebendo-se o chá 3 vezes ao dia. Emprega-se como uso externo para lavagens das partes mais íntimas das mulheres e de feridas ou golpes, uma vez que reduz as inflamações, desinfecta e ajuda a cicatrizar.

As suas flores são intensamente perfumadas. Possui algumas propriedades como sedativa, sudorífica e emoliente. É inidicada para problemas de coração, na medida em que ajuda ao fortalecimento do sangue. Utilizam-se apenas as flores frescas, que se colocam num almofariz para se macerarem, das quais resulta um sumo. Para a toma, adicionam-se 3 gotas num copo de água.

Como se desenvolve num ambiente semelhante ao dos salgueiros, e devido à semelhança entre as folhas de ambas as plantas, é designada por Salgueirinha-do-rio. É considerada adstringente, hemostática e tónica, sendo aplicada no tratamento de úlceras do estômago e diarreias. As partes da planta utilizadas para a preparação do chá são as folhas e as flores, empregando-se cerca de 40 g num litro de água fervente. O chá deve ser tomado 3 vezes ao dia.

Possui um odor aromático, e os seus frutos são tóxicos, não devendo ser consumidos. As suas propriedades são essencialmente antiespamódicas, emenagogas e analgésicas. Apenas se utilizam as suas folhas frescas, indicadas para constipações, feridas e edemas exteriores. No caso de constipações colocam-se cerca de 20 g de folhas picadas num litro de água fervente. Para as feridas e edemas, faz-se um cataplasma moendo as folhas e adicionando um pouco de azeite. Este aplica-se directamante nas feridas para ajudar a extrair o pus.

Detém um perfume aromático e um sabor adocicado devido a uma essência rica em anetol, uma substância estimulante e digestiva. Possui ainda vitaminas B e C. Estas características conferem-lhe propriedades medicinais anti-espamódicas, diuréticas e emenagogas, entre outras. É muito utilizado para o coração, nomeadamente para as chamadas "pontadas", sendo também utilizadas para distúrbios do fígado, rins e vesícula. O chá de funcho leva cerca de 20 g de toda a parte aérea da planta, por cada litro de água e deve ser tomado 2 vezes ao dia. Na culinária o funcho é também usado para dar sabor às castanhas, juntando um raminho à água de cozedura.

Planta conhecida como diurética, anti-inflamatória e sedativa. É indicada para combater problemas das vias urinárias, doenças dos rins e da próstata, e também como calmante. Utilizam-se as suas flores secas na preparação de chá, colocando cerca de 10g por litro de água, deixando ferver durante 10 minutos e coando, no final, o chá. Antigamente esta planta era utilizada para fazer carvão. No campo recolhia-se uma boa quantidade ainda verde, inteira e com raiz. Posteriormente, fazia-se uma cova num terreno limpo e construía-se uma pilha, o mais densa possível. Colocava-se no meio da pilha algum mato seco para servir de combustível, lançando-lhe depois o fogo. Quando a pilha estivesse a arder bem, cobria-se de terra para abafar tornando a combustão mais lenta. Finalmente, após algum tempo retirava-se o carvão e iria servir para cozinhar os alimentos ou colocava-se em braseiras para aquecer as casas.

Tal como o Alecrim, está associada a crenças de cariz religioso, sendo costume levar um raminho de Oliveira a benzer no Domingo de Ramos, para que seja abençoado. Destes ramos, fazem-se cruzes que se utilizam em situações de aflição (por exemplo); quando há trovoadas fortes é hábito queimar estas cruzes para proteger as casas e as pessoas. Também se colocam estas cruzes no meio das culturas para que Deus as abençoe. Para além do seu fruto, a azeitona, as folhas possuem propriedades febrífugas, vulnerárias e hipotensoras, entre outras. As pessoas costumam usá-las na preparação de chá, que é indicado para a diabetes e para a hipertensão. Para tal, colocam-se num litro de água 9 folhas deixando infundir durante 10 minutos. Este chá deve ser tomado durante 9 dias seguidos, não se devendo exceder este período. Seja qual for a quantidade de água utilizada, o número de folhas a empregar é sempre ímpar, assim para meio litro de água colocam-se 5 folhas.

A Argençana é considerada uma planta tóxica, devendo ter-se cuidado na sua utilização, de modo a não ultrapassar as doses recomendadas dado que o seu uso excessivo pode provocar vómitos (convém realçar que esta pode ser confundida com uma outra planta, o Heléborobranco, que cresce no mesmo habitat, muito venenosa e propensamente fatal) . A parte utilizada da Argençana é apenas a sua raiz seca, que é reconhecida como um poderoso febrífugo, estimuladora das funções abortivas. Esta é utilizada em pequenas quantidades para preparar chá, colocando-se no máximo 10 g num litro de água fervida e deixando repousar. Este chá serve para combater as febres e dores de estômago

Possuí na sua constituição um alcalóide, a vincamina, que faz baixar a tensão arterial, sendo, deste modo, conhecida como hipotensora. Para além disso, tem outras propriedades como adstringente e anti-diabética. É usada em casos de hipertensão e indigestão. Para tal, colocam-se cerca de 40g de folhas secas por litro de água, ferve-se durante 3 minutos e deixa-se repousar durante 5 minutos. É apreciada pelas suas flores e pela folhagem, sendo muito utilizada para fins ornamentais.

A Surgacinha é também conhecida como Sugamel uma vez que é uma planta melífera e a sua flor é muito apreciada pelo seu sabor doce. É utilizada para combater infecções, inflamações, problemas de fígado e para a icterícia. Para preparar o chá toda parte aérea da planta serve, colocando 30g da planta seca por um litro de água.

Diz-se desta planta que é uma urtiga morta, já que nenhum dos seus pêlos pica. É muito utilizada pois é reconhecida como um bom tónico também como sendo adstringente, depurativa e vulnerária. Indicada para a purificação do sangue, queda do cabelo e caspa. No caso de problemas do couro cabeludo costumam fazer-se lavagens com uma infusão da planta inteira, de preferência fresca. Para tal colocam-se 350g por 4 litros de água e deixa-se ferver durante 45 minutos. Estas lavagens devem fazer-se 2 ou 3 vezes por semana. Para o sangue, prepara-se o chá com cerca de 25g de folhas e flores secas por litro de água.

A Gilbardeira, devido à sua aparência e aos seus frutos muito vermelhos, é muito requisitada para fazer enfeites na época natalícia. Como os seus ramos mantém a cor verde durante algum tempo, servem para fazer vassouras que ainda hoje se utilizam para varrer as ruas ou para limpar as chaminés. O seu rizoma, considerado como vaso constritor, diurético e febrífugo, é muito utilizado para as perturbações que por vezes acompanham a menopausa, como dores pélvicas e hemorragias, entre outras. Para combater as febres altas costumam utilizar-se 5 g das folhas frescas por um litro de água fervente.

O Dente-de-Leão, bastante comum no nosso país, é uma planta nutritiva e contém vitaminas A e C. Considerada uma planta colerética, depurativa e diurética, é muito utilizada para fortalecer o coração e para disfunções do fígado, vesícula e rins. Aparece também indicada para ajudar a combater a celulite. Nestes casos, colocam-se 20 g de folhas e flores já secas num litro de água a ferver. A infusão deve beber-se fria. As suas folhas, se apanhadas ainda tenras, são usadas na culinária para fazer saladas, que se diz terem um sabor delicioso.

É conhecida como expectorante, emoliente e vulnerária. Muito utilizada para combater inflamações de garganta e dores de ouvidos. Para as inflamações de garganta, preparam-se cerca de 30 g de folhas e flores secas para um litro de água em ebulição, deixa-se repousar e gargareja-se. No caso dos ouvidos, coloca-se o líquido num conta-gotas e aplicam-se 10 gotas de manhã e à noite.

A Isca é indicada para tratar as crises de fígado, acompanhadas de vómitos, empregando-se 30 g da parte aérea da planta já seca, num litro de água. Antigamente era usada para acender o lume: depois de seca, esmagava-se e com uma pedra batia-se tentando fazer faísca.

A Macela é caracterizada pelas flores bastante aromáticas e sabor amargo, possuindo algumas propriedades como estomáquica, febrífuga e digestiva. Utilizada essencialmente para acalmar os nervos, para as dores de cabeça e de estômago, é também recomendada para combater a febre de malta, e outras febres em geral. Costumam utilizar-se as suas folhas na preparação do chá, colocando-se cerca de 12 flores por litro de água a ferver. Conta-se a história de um homem que passava na serra e, encontrando-se muito indisposto, arrancou e mastigou três cabeças da planta, ficando melhor.

O sabugueiro é uma planta cuja utilização remonta à Antiguidade, possuindo propriedades depurativas, diuréticas, sudoríficas e anti-inflamatórias. De salientar que são as suas flores que mais se costumam utilizar em fitoterapia. Os seus frutos não devem de ser consumidos crus e não se devem utilizar enquanto não estiverem bem maduros, caso contrário podem ser tóxicos. Indicado para casos de constipações, "sesões" (maleitas que dão para tremer, normalmente acontecem às crianças), bronquites e infecções. Utilizam-se as suas flores para fazer chá, colocando 10g por litro de água a ferver.

A sua utilização para fins medicinais remonta à Antiguidade. Possui propriedades adstringentes, expectorantes, depurativas e emolientes, entre outras. A parte aérea da planta é usada para combater a febre e a tosse e aliviar a garganta. Aplicam-se cerca de 20g da planta seca num litro de água a ferver, deixando repousar alguns minutos.

A sua raiz seca, bebida juntamente com vinho, foi na Antiguidade usada como um antídoto contra as mordeduras das cobras. As suas sementes têm propriedades laxativas, emolientes e anti-inflamatórias. Podem utilizar-se as suas folhas secas na preparação de chá, usando 20g por litro de água, em caso de dores de garganta e de dentes. O chá não se deve engolir, apenas gargarejar.

A designação comum de Verbasco é por vezes aplicada a diferentes espécies deste género, o que não é relevante pois todas possuem propriedades semelhantes. É uma planta melífera que possui algumas propriedades medicinais como depurativa, béquica e diurética. Indicada para atenuar problemas asmáticos. Na preparação do chá utilizam-se as suas flores secas, cerca de 20g num litro de água, deixando infundir 10 minutos. Este chá deve de ser tomado 3 vezes ao dia, entre as refeições. O chá só deve de ser ingerido depois de ser coado por um pano fino, de modo a evitar os pêlos das flores, que provocam irritações.

É conhecida como um antiespamódico, emenagogo e estomáquico. Muito usada para menstruações dolorosas e difíceis, também para o nervosismo, agitação e irritabilidade. Para tal, utilizam-se cerca de 6 folhas verdes ou 20 g de folhas secas por 1 litro de água a ferver. A salva é também utilizada na culinária para temperar carnes velhas.

Planta muito aromática que possui um óleo essencial ligeiramente rico em timol e/ou carvacrol, que confere à planta propriedades sedativas, antálgicas, expectorantes e tonificantes. É recomendada para as enxaquecas, dores de dentes e para combater insónias. Na preparação do chá utilizam-se as folhas e flores secas, colocando num litro de água em ebulição cerca de 20g. As suas folhas são também habitualmente utilizadas na culinária como tempero de carnes ou saladas. Os Orégãos são ainda usados para curtir as azeitonas, dando-lhes um sabor mais agradável, para tal basta colocar um raminho na água das azeitonas juntamente com alho.

O Mentastro contém, para além de outras substâncias, mentol, que é um excelente estimulante estomáquico, anti-séptico e analgésico. É muito recomendado para a prisão de ventre e para o estômago, no caso de mau estar e indisposição, já que ajuda na digestão. Para tal podem usar-se cerca de 20g de toda a planta, excepto a raiz, especialmente as "crutinhas" (rebentos), para um litro de água. Este chá deve de ser tomado 3 vezes ao dia, antes das refeições. No caso de irritações provocadas por urtigas, o Mentastro serve também para acalmar o ardor e a comichão, esfregando-se as suas folhas na zona da pele atingida.

O Poêjo tem um aroma agradável muito penetrante, toda a planta contém um óleo à base de pugelona e, tal como as outras mentas, também possui mentol. Detém uma acção emenagoga, expectorante e antitússica, além disso é também digestivo, tónico estomacal e anti-séptico. O chá de Poêjo é recomendado para as dores menstruais, para limpar o útero após a gravidez, ou mesmo quando se tem quistos nos ovários. Também se costuma usar para quando se tem tosse e constipação. Para preparar o chá, utilizam-se 10g de caule, folhas e flores, previamente secos, para 1/4 de litro de água.

O Marroio possui um aroma semelhante ao do Tomilho, e um sabor desagradável devido a um princípio amargo que determinou o seu nome genérico. Possui um acção febrífuga, expectorante, sedativa e emenagoga. Indicado para purificar o sangue, para crises de asma e no caso de bronquites. Na preparação do chá utilizam-se apenas 10g de parte aérea da planta num litro de água. Como tem um sabor muito amargo adicionam-se 20g de Hipericão.

O Rosmaninho possui as mesmas propriedades medicinais e indicações que a Alfazema. É uma planta muito aromática que desde sempre foi usada para perfumar banhos e loções. Devido à sua acção anti-inflamatória e anti-reumática é muito utilizado para acalmar a tosse e as dores reumáticas. Tal como a Alfazema, é muito procurado para a elaboração de rocas. Na culinária costuma colocar-se um raminho para dar sabor à comida, em especial à carne.